Cidades e vilas formam ilhas de calor na paisagem, que devem ser corrigidas com urgência.
Como “arrefecer” cidades?
As ondas de calor urbanas serão cada vez mais importantes, prolongadas e incontroláveis se medidas inteligentes e inovadoras não forem tomadas agora.
O que fazer ?
É necessário aumentar o número de espaços verdes compreendendo áreas verdes, áreas sombreadas e pontos de água acessíveis aos habitantes e residentes urbanos.
Verões muito quentes registam aumento das taxas de mortalidade, principalmente devido a patologias cardiovasculares mais frequentes em meio urbano do que em meio rural.
- As superfícies construídas absorvem os raios do sol ou reenviam-nos sobre os imóveis vizinhos por um efeito de espelho.
- Os ventos que trazem um pouco de frescura circulam mal devido à densidade das construções imobiliárias.
- As emissões térmicas da indústria, do artesanato, do tráfego automóvel e dos moradores, juntos, causam um ar mais quente na cidade do que no campo. Por exemplo, o estudo realizado na Suíça mostra que a temperatura medida na cidade de Zurique é 6 a 8o mais elevada que a das áreas rurais periféricas.
- À sombra de uma árvore, a temperatura diurna pode ser até 10o mais baixa do que num espaço sem sombra. A árvore que fornece sombra serve como um ar condicionado passivo.
- Uma medida eficaz seria plantar árvores em espaços urbanos frequentados. Árvores grandes e seculares (variedade local, autóctone) com copa volumosa são ideais. No entanto, é preciso saber que, nas cidades, a sua expectativa de vida é limitada por 3 motivos: as suas raízes têm um espaço limitado, o abastecimento de água muitas vezes é insuficiente, o ar está poluído. Estes stresses somam-se às mudanças climáticas, que exigem reflexão sobre a escolha certa de espécies capazes de suportar tanto o calor quanto a seca.
- O conceito de cidade esponja deve ser privilegiado para a gestão de espaços verdes com grande necessidade hídrica.
- A água da chuva, em vez de ser evacuada para os esgotos, e a água que escorre dos telhados, estradas e espaços betonados ou asfaltado deve agora ser armazenada em grandes cisternas subterrâneas ou bacias de acumulação para serem utilizadas racionalmente, bombeando para locais com vegetação que têm necessidade durante as canículas.
- Os telhados verdes também ajudam a diminuir o fluxo da água da chuva. 50 a 70% da precipitação anual retorna por evaporação para a atmosfera, o que reduz a temperatura das salas localizadas sob o beiral de 3 a 5 ° no verão.
- As fachadas verdes são benéficas ao nível da rua, ou seja, para os transeuntes.
- As superfícies claras reflectem a luz e, portanto, aquecem menos do que as superfícies escuras, o que gerou em debates climáticos a ideia de pintar de azul os telhados das casas em todo o mundo. Essa abordagem não é muito realista, mas pelo menos, tem a vantagem de demonstrar que estudos inovadores podem um dia levar a soluções de impacto válidas.
- A renovação energética dos edifícios, o isolamento térmico de todas as construções deve tornar-se uma regra essencial.
- As variações de temperatura e luz solar não são suportadas da mesma forma por todos.
- A homeopatia, medicamento da individualização, pode ajudar a tolerar melhor o sol e o calor extremo, por exemplo:
- Argentum nitricum – para quem odeia o calor e está até ansioso de antemão.
- Fluorium acidum – para os hiperactivos, abatidos pelo calor, aqueles que suam em profusão, suores acres.
- Antimonium crudum – para quem se sente mal assim que o sol brilha.
- -Lachesis – para quem foge do sol por causa de problemas circulatórios.
Pessoas que se dedicam a pessoas desfavorecidas (sem-abrigo, pessoas da rua, populações de favelas) enfrentam desafios humanitários ainda mais complexos:
Onde não há casas de banho, água da torneira, chuveiro, portadas nas janelas e onde às vezes é preciso caminhar 10, 15 minutos par ir buscar água num parque…
A canícula aumenta, multiplica e agrava os problemas de saúde humana, individual e coletiva, dificultando a aplicação das recomendações habituais de saúde.
Não somos iguais diante da canícula! Certos grupos humanos, em margem da sociedade moderna consumista, sofrem duramente as agressões térmicas das canículas que é difícil atenuar.
A solução só pode vir de uma solidariedade social e de uma acção humanitária que tomem em conta o conjunto desta população e consideram com respeito os seres humanos em sofrimento.
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